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Qualidade que dá resultado

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Edson Porto | 2007-12-11, 20:07

Em meio a uma crise de vendas e, principalmente, confiança geral no futuro da mídia impressa, duas instituições britânicas estão mostrando como é possível enfrentar o pessimismo predominante.

O caso de maior sucesso é o da revista . Em dezembro o grupo que controla a revista anunciou um crescimento de 25% nos seus lucros semestrais e afirmou que as assinaturas continuam crescendo de maneira estável, sendo que a tiragem da revista já passa dos 1,3 milhões de exemplares globalmente.

Quando divulgou os números neste mês, o grupo que publica a revista disse que sua edição impressa tem um “futuro muito forte”. Isso mesmo com a revista oferecendo seu conteúdo semanal de graça na rede.

A outra instituição britânica que anda dando sinais de fôlego é o jornal . É verdade que a história recente do jornalão de economia tem se mostrado menos tranquila do que a da revista. Há dois anos, o diário estava enfrentando uma crise que misturava queda de vendas, de receita com publicidade e de confiança. Mas no último ano e meio o jornal conseguiu sair da má fase e melhorou em todos os pontos, especialmente no faturamento e no lucro, em parte baseado em um aumento de vendas em papel e de audiência no site do jornal.

Fui na semana passada a uma palestra do presidente do jornal, John Ridding, que assumiu o jornal há apenas um ano e meio quando ainda tinha 40 anos. Jovial e energético, ele diz que a principal razão do sucesso é a aposta na qualidade que a empresa tem feito. “Temos 500 jornalistas de alta qualidade espalhados pelo mundo e isso tem muito valor”, afimou ele, que disse que apesar dos cortes feitos em várias áreas do jornal nos últimos anos, o investimento no fortalecimento editorial dos principais setores do Financial Times continua intocado.

É natural que Ridding faça essa defesa. E é natural que um jornalista, como eu, goste de ouvi-la. Mas para além da minha inclinação em acreditar no discurso que defende que “qualidade dá resultado”, tanto o caso da Economist quanto do Financial Times parecem indicar a mesma coisa. As duas empresas apostam em um nicho de mercado (economia e política internacional), mantém um foco forte e um alto padrão de qualidade jornalística e de investimento nessa qualidade.

A despeito da minha opinião, é com essas armas que elas estão se diferenciando do mar de conteúdo que nos afoga por todos os lados e ganhando dinheiro.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 07:47 PM em 12 dez 2007, Miguel Lenz escreveu:

    É aquela velha história: Tudo acaba enjoando e tudo volta como "dantes na casa de Abrantes". Quando surgiu a televisão, foi aquele fuzuê que ninguem mais ia ao cinema. Hoje, apesar dos pesares, o cinema continua e atraindo muitas pessoas. O mesmo pode se dizer do surgimento da Internet que foi tido como o epitáfio da imprensa escrita.
    Lógico que não haverá mais uma imprensa escrita como antes, mas poderá coexistir, sim, com a Internet, basta que haja criatividade daqueles que produzem jornais e revistas. Aliás, como parece ser o presente caso
    Acredito que a ânsia de ler jornais ou revbistas nunca desaparecerá, como não desaparecerá o livro.Afinal, o mais importante neste processo não é a noticia ou a forma como ela é transmitida, mas é o processo mental que cria imagens e satisfaz a curiosidade de quem lê a partir de seu proprio referencial conigtivo. Neste ponto, a Internet perde feio para o livro e o jornal, pois ela transmite a noticia de tal forma rapída que éimpossivel degustá-la de maneira abrangentecomo fazem os outros veiculos.
    O maior exemplo está no prazer misterioso de se ler uma revista ou jornal no banheiro..
    Isto a Internet nunca fará!

  • 2. à 10:14 PM em 22 dez 2007, Robson Lopes escreveu:

    Prezado Miguel.
    Permita-me discordar de sua análise. Quando diz que "Internet perde feio para o livro e o jornal, pois ela transmite a noticia de tal forma rapída que é impossivel degustá-la de maneira abrangente como fazem os outros veiculos." você não se dá conta de que isso não é algo que se generalize, pois não é a "internet" que transmite, e sim os autores dos textos, desta forma uma publicação na web pode e tem mais condições de ser muito mais abrangente do que em qualquer outro veículo, pois, além de não estar limitada a um tamanho ou número de páginas pré-determinadas, como as revistas ou jornais, a internet também pode usar um número ilimitado de fotos, áudios e vídeos, e isso sim é uma forma muito melhor de se "desgustar" uma informação. Sem contar a vantagem da interatividade infinitamente superior, como no caso desta ferramenta que estamos usando neste momento para expressar nossas opiniões. Com esta velocidade da informação, acho inadmissível se folhear um monte de papel (que vira lixo em seguida) com informações com muitas horas de atrazo, pois foram publicadas na web no dia anterior. Os jornais estão morrendo, sim. E não sou eu que estou dizendo, é a realidade. Dezenas de redações já foram fechadas nos EUA. No Brasil e em Portugal um grande número de periódicos está em queda livre nas vendas. As raras excessões durarão um pouco mais, por serem mais criativas, mas as atuais e especialmente as novas gerações não tem a menor paciência para se informar com tamanho atrazo através de jornais impressos (e à custa de derrubadas de árvores). Pesquise sobre o mercado editorial mundial e veja você mesmo os números. Confira também como anda em queda a audiência da televisão a medida em que a conexão dedicada de internet está se popularizando. Um abraço.

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