Eleições 'coloridas' em Londres
Foi a primeira vez que a população se envolveu tanto numa eleição para prefeito em Londres. O voto não-obrigatório e as rÃgidas regras que limitam a propaganda eleitoral impediram que a cidade fosse engolida pelo carnaval das campanhas que é feito no Brasil e em outros paÃses.
Mas, desta vez, os três principais candidatos eram considerados personagens interessantes ou "colourful", como diria a mÃdia daqui, e a disputa foi apertada.
O atual prefeito, Ken Livingstone, do partido Trabalhista (centro na foto), não perde oportunidade de se meter em uma polêmica. A minha preferida foi a luta dele contra os pombos de Trafalgar Square, bem no centro de Londres. Ele chamou os bichos de ratos com asas, enfurecendo os muitos habitantes da cidade que alimentam os pombos com farelos de pão e os tratam como parte da famÃlia.
Ele também enfrentou os crÃticos e colocou em prática o "congestion charge", uma taxa de cerca de R$ 25 paga por carros que circulam no centro e no oeste da capital e que tem como objetivo desafogar as ruas engarrafadas de Londres.
Ken também fala o que vem à cabeça. Mesmo que depois tenha que desdizer o que disse antes, sem perder a pose jamais.
Seu principal opositor nas urnas, Boris Johnson, do partido Conservador (à direita na foto), é quase uma celebridade local. Ele estudou nos tradicionalÃssimos Eton College e Universidade de Oxford, já apresentou programas de televisão, editou uma revista e é especialista em gafes, como diriam seus crÃticos.
Declarações ofensivas de Boris conseguiram irritar cidades inteiras, como Portsmouth ("cidade cheia de drogas, obesidade e parlamentares trabalhistas"); Liverpool (ao dizer que a população teve uma reação exagerada quando um conterrâneo foi morto por rebeldes iraquianos); o famoso chef Jamie Oliver ("eu me livraria dele") e o governo de Papua Nova Guiné ("por dez anos, nós conservadores nos acostumamos a orgias de canibalismo e matança de lÃderes ao estilo de Papua Nova Guiné").
O terceiro candidato com mais chances, entre os dez que estavam concorrendo, é o liberal democrata, ex-chefe da polÃcia e homossexual assumido, Brian Paddick (à esquerda na foto).
Em 2002, ele foi acusado por um ex-namorado de ser usuário de maconha. Paddick foi afastado do cargo enquanto as alegações eram investigadas, mas centenas de pessoas foram à ²õ ruas para pedir a volta dele. Ele foi inocentado das acusações.
Em 2005, ele brigou com o chefe da polÃcia londrina, Sir Ian Blair, por causa da maneira como o caso da morte de Jean Charles de Menezes foi conduzido.
Inegavelmente, era uma eleição de personalidades fortes e muita excentricidade que mexeu com a cidade. Pena que eu não tenho passaporte britânico para poder votar...
°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário
Pena que nao pude votar tambem. Espero que Kev Livinstone ganhe de novo. Uma cidade como Londres nao pode ter um prefeito como Boris Johnson!!! Ken fez uma boa prefeitura durantes os ultimos 8 anos e merece ficar. Se nao for ele, que seja Brian Paddick entao, mas nao Boris Johnson. No way !!! espero os resultados anciosamente.