Para especialista, debate teria sido melhor com 'mais confronto'
Um pouco mais de confronto e uma pitada de agressividade. Foi o que faltou ao debate online entre presidenciáveis desta quarta-feira, na opinião do cientista polÃtico Francisco Ferraz, professor aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
"Não estou falando de confronto pessoal. Não é isso. Mas o fato é que um debate morno como esse não ajuda a revelar os candidatos", diz o cientista, que é autor do livro "Manual completo de campanha eleitoral".
Segundo Ferraz, uma das grandes caracterÃsticas destas eleições é a falta de "diferenças" entre os dois principais candidatos - Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) - e isso acaba sendo "refletido" no debate.
"Por isso, (o debate) fica tão morno, tão chato. E para piorar, os candidatos usam números e informações incorretas, que só confundem o eleitor", diz.
Para o cientista polÃtico, um exemplo dessa monotonia foi o tempo "excessivo" que foi dedicado, durante o debate, à questão da reforma tributária.
"Esse é um assunto que foi discutido à exaustão e que já sepultado", diz Ferraz, acrescentando que exitem "outros temas na lista de prioridades".
Na opinião do especialista, o "grande ganho" do debate desta quarta-feira está mais na forma do que no conteúdo. "Sem dúvida, a transmissão de um debate somente pela internet é um marco", diz o cientista polÃtico, lembrando do peso da audiência jovem nessa mÃdia.