Câmara rejeita pedidos por convocação de Palocci
A Câmara rejeitou nesta quarta-feira três pedidos da oposição para que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fosse convocado para esclarecer o aumento de 20 vezes em seu patrimônio, conforme revelou no último domingo.
Pelo placar de 266 votos contrários e 72 favoráveis, a Casa derrubou o primeiro pedido de convocação. Posteriormente, outros dois pedidos similares também foram rejeitados.
No domingo, uma reportagem da Folha apontou que a empresa Projeto, da qual Palocci detém 99,9%, comprou dois imóveis em São Paulo – um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil.
Com a inclusão dos dois imóveis em seus bens, o patrimônio de Palocci passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões entre 2006 e 2010, período em que o petista exerceu mandato de deputado federal.
Após a reportagem, o PPS protocolou uma representação na Procuradoria Geral da República pedindo que a Polícia Federal investigue quem foram os clientes e quais foram as atividades exercidas pela Projeto.
O PSDB e o DEM anunciaram que também acionarão o Ministério Público, e o PSOL propôs a alteração do Código de Ética da Câmara e da Constituição, para proibir a participação de congressistas em atividades de consultoria ou sociedades privadas.
Em nota, Palocci afirmou que os imóveis foram comprados com recursos obtidos mediante serviços de consultoria econômico-financeira prestados pela empresa enquanto ele exercia o mandato de deputado.
Ele afirmou ainda que, ao ser nomeado ministro por Dilma Rousseff, comunicou à Presidência a existência da empresa e de seus bens e que, antes de tomar posse na Casa Civil, a Projeto deixou de prestar consultorias e passou a se dedicar somente à administração dos dois imóveis, para impedir que houvesse conflito de interesses com seu cargo no ministério.
Na terça-feira, Palocci voltou a se pronunciar sobre a reportagem. Em e-mail enviado a um grupo de senadores, justificou o aumento no patrimônio ao dizer que, por já ter sido ministro da Fazenda, seus serviços de consultoria são valorizados no mercado.
Ele citou ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central que, após deixarem os cargos, iniciaram carreiras bem-sucedidas como consultores, diretores de instituições financeiras ou banqueiros.
Segundo Palocci, todas as informações referentes à sua evolução patrimonial constam de sua declaração de renda e não há qualquer lei que impeça um deputado de exercer atividade empresarial.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Quanto à declarações do sujeito em causa: me engana que eu gosto!
É evidente que essa moção é incômoda até para políticos ditos de oposição, pela situação patrimonial igualmente nebulosa - para dizer o mínimo - dos demais membros do Congresso brasileiro. Aliás, se promovida séria busca por offshore companies constituídas e patrocinadas por partidos políticos brasileiros e seus representantes, o resultado seria, muito provavelmente, devastador.
Todo e qualquer suspeita sobre líderes públicos devem investigados, principalmente nos momentos atuais em que vivemos no Brasil, que está sendo dominado por toda espécie de corrupção de políticos, empresários e servidores públicos. Quem não tem culpa, não teme e prova sua dignidade perante o povo. Por que seu Palocci nega-se a isso?
Esse caso, de falta de ética e vergonha do ministro Palocci, que já não é "primário", deveria inspirar a imprensa a colocar também foco em outros casos de enriquecimentos no mínimo estranhos de vários outros políticos por esse Brasil afora. O que não falta são exemplos de políticos que acumulam fortunas que não condizem com seus salários e suas atividades parlamentares. Aqui no Rio de Janeiro são vários os exemplos de políticos que começaram suas atividades ainda jovens, como vereadores ou deputados estaduais, e que hoje tem apartamentos de alto-luxo, iates, palácios de veraneios, em fim, verdadeiras fortunas. Aqui chegou-se a um ponto de desfaçatez que o pai era governador, um filho secretário de fazenda e o outro do tribunal de contas. Esses e outros "mágicos" todos conhecem e são pouco importunados pela imprensa, receita ou seja lá quem for.
Seria muito bom se eles conseguissem esse tipo mobilização e união para defender o povo. Mas aí teriam que tomar medidas contra si próprios. BRASILEIROS, GRITEMOS A UMA SÓ VOZ: CHEGA DE IMPUNIDADE NESTE PAÍS!!!