No Comitê Nacional da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o clima neste domingo era bem diferente do que se esperava até poucos dias atrás.
A organização montou dois telões na rua em frente ao comitê e um telão no primeiro dos três andares do prédio onde fica o comitê. Tudo funcionou perfeitamente. O que faltava era público. Na sala, a informação mais aguardada do dia, o resultado da pesquisa de boca-de-urna do Ibope e da Rede Globo, foi acompanhada por 16 pessoas.
Os palavrões pronunciados por alguns na hora em que o locutor da Globo disse que a pesquisa mostrava Lula com 50% dos votos mostraram a decepção dos que contavam com a vitória já neste primeiro turno (como mostravam todas as pesquisas até o meio da semana passada).
Na rua, menos de cem pessoas acompanharam os dois telões. Minutos depois, poucos permaneceram seguindo a apuração. "Acho que só vamos saber de madrugada", disse um assessor da Presidência.
Nem o coordenador da campanha, Marco Aurélio Garcia, que votou em São Paulo, veio para Brasília.
No comitê, o único dirigente do partido era Gleber Naime, coordenador do núcleo de acompanhamento eleitoral.
Nada da "festa de vitória" prometida pelos assessores. Ainda no início da semana, um deles disse que Lula voltaria a Brasília depois de votar e ficaria no Palácio do Alvorada, mas ainda não estava definido se o "discurso de vitória" seria na própria residência oficial ou no comitê.
No Alvorada, Lula recebeu os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais), Dilma Roussef (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e o vice José Alencar, além dos assessores Cesar Alvarez e Clara Ant e o chefe de Gabinete, Gilberto Carvalho.