BC adota cautela, mas vê risco 'limitado' em inflação
A economia brasileira vem apresentando diversos sinais de aquecimento, mas a probabilidade de que as pressões inflacionárias apresentem riscos para a trajetória da inflação no Brasil ainda é "limitada". Esta é a avaliação feita pelo Comitê de PolÃtica Monetária do Banco Central na reunião do último dia 9, quando manteve a taxa básica de juros em 8,75% ao ano.
De acordo com a , divulgada nesta quinta-feira, o Copom segue monitorando "com particular atenção" a trajetória inflacionária, mas "as expectativas de inflação para 2010 e 2011 se mantêm em patamares consistentes com a trajetória de metas", o que justificou a manutenção da taxa básica de juros, pelo menos "neste momento", como enfatiza o documento.
O documento, no entanto, indica que o comitê não descarta mudanças de rumo na taxa de juros no futuro, lembrando que os pacotes de estÃmulos lançados pelo governo - que podem provocar aumentos de produção e demanda - além da influência da recuperação externa, podem resultar em mais pressão inflacionária.
A posição cautelosa do Copom foi reiterada nesta quinta-feira pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em uma entrevista à Rádio Nacional.
Apesar de prever um crescimento de mais de 5% no PIB do ano que vem, com "inflação sob controle", Meirelles não descartou um aumento nos juros.
"O Banco Central está sempre alerta para o risco de inflação. Existe sempre a possibilidade de algum descompasso entre a capacidade de produzir e o consumo", disse, afirmando que o BC está preparado para "tomar uma decisão a tempo e a hora".
Na última segunda-feira, analistas de mercado consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, concordaram com Meirelles ao prever um crescimento de 5,03% na economia no ano que vem.
O boletim Focus, no entanto, prevê que a taxa Selic estará em 10,63% no final de 2010.